terça-feira, 25 de novembro de 2008

A CATADORA DE VIDRO


Conta-se que, uma família resolveu ir passar as férias em uma praia distante.
Era um belo dia de muito sol e todos estavam reunidos desfrutando o calor, a paz e as belezas que a praia irradiava. Os adultos, livres das preocupações do dia a dia conversavam entre si, soltando risadas.
As crianças corriam alegremente pela fina areia. Uns jogavam bola, enquanto outros construíam imensos castelos a beira do mar.
Foi quando na praia deserta surgiu o vulto de uma velhinha que caminhava com um saco na mão e de vez em quando, apanhava alguma coisa brilhante na areia.
Observaram que a velhinha tinha os cabelos brancos compridos que o vento teimava em revolver. Era uma figura repulsiva. Suas roupas eram muito sujas e estavam em sua bainha, molhadas pelo mar. Parecia ser uma moradora de rua.
Com sua aproximação, chamaram as crianças para perto, com medo do péssimo aspecto da pobre anciã que ao passar por eles, dirigiu-lhes carinhoso sorriso, seguindo adiante seu caminho sempre dando alguns passos e abaixando-se para colher as coisas brilhantes.
Dias depois, comentando o assunto com o dono do armazém local, ficaram sabendo que a velhinha, dedicava a sua vida a colher cacos de vidro na areia da praia, para que as crianças pudessem brincar sem machucar seus delicados pezinhos com eles.
Pois é, quantas vezes pecamos em fazer um julgamento errado das pessoas, simplesmente pelo seu aspecto ou pelas roupas que vestem?
Não devemos “pré-julgar”.
Não devemos ver apenas aparência, e sim, o interior.

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